Simpatia, receita caseira, dica de amiga, nada adianta. Vivemos em uma gangorra hormonal e só nós entendemos disso. Li uma estudo feito pela Unicamp, e pelo Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas, dizendo que a menstruação inferniza a vida de seis em cada dez brasileiras. O problema é que além da gente, também são atingidos os homens a nossa volta. Durante pouco mais de um ano, foram entrevistadas 1.053 mulheres entre 18 e 40 anos, de seis capitais brasileiras. Os dados apontam que:
- 65,4% das entrevistadas consideraram que todas as mulheres em algum momento da vida já experimentaram a TPM;
- 87,5% confirmaram que os sintomas acontecem antes da menstruação;
- 76,4% das mulheres apontam que o nervosismo e a ansiedade são os principais sintomas;
- Mais de 50% têm alterações de humor e crises de choro;
- Mais de 50% sente cólicas fortes;
- Um pouco mais de um terço relata dor e inchaço nos seios;
O problema é comum, mas não dá para generalizar. Há mulheres que não têm TPM. Segundo a pesquisa, essas sortudas são 40% da população.
A história da TPM
Hipócrates, o médico grego, relatou as alterações hormonais no ano 400 a.C., mas as primeiras descrições oficiais da TPM só apareceram em 1931. Estudos epidemiológicos brasileiros nunca foram feitos -o que havia até agora eram pequenos trabalhos localizados.
O que podemos fazer?
Existem três graus do problema: leve (45% das mulheres), moderado (45%) e intenso (10%). Nesse último grau, a TPM também é chamada de transtorno disfórico e considerada uma doença, que necessariamente deve ser tratada com medicamentos.
Mas esse tipo de distúrbio intenso, tratado em geral com antidepressivos e anticoncepcionais, é raro. Na maioria dos casos, dá muito bem para aliviar os sintomas que aparecem nos dias que antecedem a menstruação com uma série de atitudes simples relacionadas a alimentação, atividades físicas e outras saídas naturais.
E você homem, não aguenta mais a sua mulher de TPM? Aprenda como aliviar e o que evitar:
-> ISTO AJUDA
Chá de camomila: E de maracujá são consagrados para aliviar crises nervosas e promover uma sensação de relaxamento. São ideais para mulheres com sintomas de ansiedade e nervosismo. Já a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) é indicada para mulheres que apresentam sintomas depressivos.
Óleo de prímula: Seu princípio ativo é o ácido linoleico, um tipo de ácido graxo essencial para o bom funcionamento do organismo. Mesmo sem comprovação científica dos benefícios, é um produto natural, que melhora o trânsito intestinal e diminui o inchaço do corpo. É administrado em cápsulas.
Castanhas: São uma importante fonte de ácidos graxos ômega-3, 6 e 9. Também são ricas em vitamina B6, um nutriente que tem participação no controle dos níveis de serotonina, neurotransmissor relacionado ao bem-estar, além de combater as náuseas, a acne, as dores de cabeça e a irritabilidade.
Frutas: Mulheres com tensão pré-menstrual podem apresentar níveis baixos de magnésio. A ingestão de alimentos ricos nesse nutriente, como a banana, o figo e os frutos do mar, nesse período, podem contribuir para compensar essas deficiências ao elevar os níveis de serotonina.
Ioga: A prática de ioga atenua o desconforto físico e a instabilidade emocional. Há posições que relaxam e abrem a região do ventre, facilitando o fluxo menstrual e aliviando as cólicas. Anderson Allegro, da escola Aruna Yoga, diz que a instabilidade emocional pode ser contornada com a técnica de Yoga Nidra, o relaxamento profundo.
Bolsa de água quente: Conforto que passa de mãe para filha, a bolsa reduz dores e desconfortos abdominais, como a cólica menstrual, relatada por 45% das mulheres. "Ela proporciona uma sensação de relaxamento semelhante a um banho morno", diz o ginecologista Cláudio Basbaum, do hospital São Luiz.
Verduras: Não existem evidências científicas sobre efeitos específicos desses alimentos. Mas ingerir folhas escuras, nozes e cereais integrais (todos ricos em magnésio) pode provocar um aumento da serotonina, neurotransmissor que está em baixa durante a TPM e que contribui para a melhoria da autoestima e das oscilações do humor.
Acupuntura: Entre as alternativas não-medicamentosas para o alívio da TPM, a acupuntura é a mais recomendada. Segundo a médica acupunturista Angela Tabosa, da Unifesp, ela atua de duas formas: energicamente --as cólicas seriam uma estagnação de energia na pelve e, assim, a acupuntura restabeleceria a circulação energética, diminuindo a dor-- e por meio da ação analgésica, que possui resultados científicos comprovados.
Fibras: Alimentos como arroz integral, aveia, gérmen de trigo e pães integrais ajudam a regular o intestino e proporcionam a sensação de saciedade. Assim, segundo a nutricionista Thaís Seabra, a mulher acaba consumindo menos açúcares simples e gorduras --alimentos que, em excesso, colaboram para piorar os sintomas da TPM.
Exercícios aeróbicos: A prática regular de atividades físicas também ajuda a driblar a TPM. Fazer exercícios aeróbicos (correr, dançar, pedalar) três vezes por semana por ao menos 30 minutos tem um resultado próximo ao dos medicamentos: alivia em cerca de 40% os sintomas, diz Aline Polanczyk, do ambulatório de TPM da PUC- RS. As atividades de ritmo aceleram o metabolismo e aumentam a produção de endorfinas --que trazem relaxamento e bem-estar.
Leite e derivados: São ricos em cálcio e ajudam a reduzir o desconforto e as dores no corpo. Ingerir leite e derivados favorece a absorção de magnésio --o que eleva os níveis de serotonina no organismo. Mas há um porém. Queijos muito gordurosos e salgados (como parmesão, gongonzola e brie) são desaconselhados. Os mais indicados são ricota fresca e minas.
Massagem e drenagem: Um dos nós da TPM é a retenção de líquido. A drenagem linfática é uma massagem que estimula a circulação da linfa (que carrega as toxinas acumuladas), para que ela seja eliminada pelo suor ou pela urina. "Além de auxiliar na eliminação do líquido, a drenagem também é relaxante. Muitas mulheres aumentam o número de sessões quando entram no período da TPM", diz a fisioterapeuta Maria Teresa Bicca Dode, da Clínica Hara.
-> ISTO ATRAPALHA
Sal: O excesso de sal favorece a retenção de líquido e o inchaço, o que contribui para sintomas clássicos da TPM. Alguns alimentos, como melancia, agrião e aspargo, ajudam a eliminar água do corpo, reduzindo o inchaço.
Álcool: Além de aumentar a instabilidade emocional, o consumo de bebidas alcoólicas também pode elevar a probalidade de a mulher apresentar dor de cabeça, fadiga, insônia e até mesmo depressão.
Chocolate: Apesar de proporcionar uma sensação de bem-estar no início (devido ao aumento da serotonina), o excesso de chocolate tem efeito contrário e piora os sintomas (porque tem substâncias comprovadamente excitantes).
Cafeína: Café, chá-preto e alguns refrigerantes aumentam a ansiedade, a insônia e a instabilidade emocional. Assim, recomenda-se evitar esse tipo de bebida, pois elas são excitantes do sistema nervoso central.
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